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EMDR e Hipnose: Duas Abordagens, Um Caminho de Transformação Interior

  • Foto do escritor: Pedro Bandos
    Pedro Bandos
  • 4 de jun.
  • 2 min de leitura


A integração entre EMDR (dessensibilização e reprocessamento por movimentos oculares) e Hipnose é, para mim, uma das formas mais ricas e completas de trabalhar o sofrimento emocional e promover transformação no consultório. O que me fascina nestas abordagens é a sua complementaridade e a forma como ambas respeitam a individualidade de cada pessoa, criando um espaço seguro onde o ritmo do processo é sempre ajustado às necessidades de quem me procura.

 

O EMDR, desenvolvido por Francine Shapiro, tem uma base científica sólida e é reconhecido internacionalmente pela sua eficácia no tratamento de traumas, ansiedade, fobias e outras perturbações emocionais. Esta abordagem permite aceder e reprocessar memórias difíceis, desbloqueando emoções e crenças que muitas vezes condicionam a vida presente. O movimento ocular bilateral, característico do EMDR, facilita o processamento dessas memórias, quase como se estivéssemos a “arrumar” o passado de forma mais saudável e adaptativa. Gosto de pensar no EMDR como uma escada que nos ajuda a chegar a recantos escondidos da nossa história, tornando possível transformar feridas em aprendizagens e crescimento.

 

A Hipnose clínica, por outro lado, oferece um estado de relaxamento profundo e foco, onde a mente se torna mais recetiva e aberta à mudança. Neste estado, é possível aceder ao inconsciente, explorar padrões e crenças, e trabalhar emoções de forma segura e estruturada. A Hipnose é uma ferramenta poderosa para reduzir a ansiedade, gerir o stress, reforçar a autoestima e até melhorar o sono. Muitas vezes, utilizo a Hipnose para criar um “lugar seguro” interno, um refúgio mental que serve de base para todo o trabalho com memórias mais difíceis.

 

O que une estas duas abordagens é a importância dada ao inconsciente e à consciência do cliente durante todo o processo. Tanto no EMDR como na Hipnose, a pessoa mantém-se consciente, ativa e no controlo da sua experiência. Esta atenção dual — um “pé” no passado e outro no presente — permite que o processamento emocional aconteça de forma equilibrada e segura. O conceito de “lugar seguro”, transversal às duas técnicas, é fundamental para garantir que, mesmo ao trabalhar conteúdos mais sensíveis, existe sempre um porto de abrigo interno.

 

Na prática, integrar EMDR e Hipnose significa poder adaptar cada sessão ao que a pessoa precisa naquele momento: há situações em que o EMDR é a ferramenta principal, outras em que a Hipnose oferece o suporte necessário para avançar. Por vezes, combino elementos das duas abordagens, tornando o processo mais flexível e eficaz. O objetivo é sempre o mesmo: ajudar cada pessoa a libertar-se do que a prende ao passado, recuperar recursos internos e construir uma vida mais leve, equilibrada e autêntica.

 

Esta integração, para mim, é sinónimo de respeito, humanidade e eficácia. É acreditar que cada pessoa tem dentro de si o potencial para mudar, crescer e curar-se — e que, com as ferramentas certas, esse caminho pode ser feito de forma segura, profunda e transformadora.

 
 

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